Gestoras Projetam Selic a 11% e Dólar a R$ 5,40 em 2024, com Inflação como Maior Desafio
A combinação de preocupações fiscais e a pressão inflacionária estão moldando um cenário econômico mais desafiador para o Brasil, levando especialistas do mercado financeiro a revisarem suas projeções para os próximos meses. Segundo uma pesquisa recente realizada com 44 gestoras de recursos, a expectativa é de que a taxa Selic atinja 11% até o final de 2024, enquanto o dólar deve se estabilizar em torno de R$ 5,40.
Esse cenário reflete não apenas a desancoragem das expectativas de inflação, mas também um mercado de trabalho aquecido e dados inflacionários que vieram acima do esperado. Essas condições estão pressionando o Banco Central a manter uma postura mais conservadora em relação à política monetária, o que explica as projeções de juros mais altos.
A pesquisa, realizada entre os dias 26 e 28 de agosto de 2024, mostrou que 39% das gestoras acreditam que a Selic terminará o ano em 10,50%, mas 34% delas já projetam uma alta maior, para algo entre 11% e 11,50%. As gestoras participantes administram coletivamente mais de R$ 500 bilhões, o que dá relevância às suas análises sobre o futuro da economia brasileira.
Inflação e Agenda Fiscal São os Maiores Riscos
Entre os maiores riscos apontados pelas gestoras, a agenda fiscal foi mencionada por 84% delas como o principal fator de preocupação, seguida pela inflação local (36%) e a política monetária tanto interna quanto externa. A incerteza sobre a capacidade do governo de lidar com o déficit fiscal aumenta a percepção de risco, o que pode continuar pressionando o real.
Apesar da recente valorização da moeda brasileira, as previsões para o dólar seguem elevadas. A mediana das estimativas para a cotação da moeda americana é de R$ 5,40, um reflexo das persistentes incertezas econômicas e fiscais. Na última sexta-feira, o dólar fechou em R$ 5,6350, registrando sua quinta alta consecutiva e acumulando uma valorização de 16,10% no ano.
Conclusão: Um Cenário Desafiador à Frente
Com a inflação se tornando uma preocupação central, as gestoras veem uma economia em desaceleração e juros mais altos como uma forma de controlar os preços. Entretanto, o sucesso dessa estratégia depende de como o governo lidará com seus desafios fiscais e de como o cenário global se desenrolará nos próximos meses.
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