Apesar das intervenções do Banco Central (BC) no mercado cambial, o dólar encerrou o dia em alta, cotado a R$ 5,63. Mesmo com as tentativas de controle, diversos fatores influenciaram a resistência da moeda americana frente ao real. Veja os principais motivos para isso:
O BC realizou duas intervenções no câmbio: um leilão à vista de US$ 1,5 bilhão e um swap cambial de mesmo valor, totalizando US$ 3 bilhões. Essas medidas frearam parcialmente a alta do dólar, que poderia ter sido ainda maior, segundo especialistas, mas não foram suficientes para inverter a tendência de valorização.
Os dados fiscais divulgados no mesmo dia mostraram um déficit maior que o esperado, o que trouxe incerteza ao mercado sobre a situação econômica do país. Com isso, a demanda por ativos seguros, como o dólar, aumentou, pressionando a cotação da moeda para cima.
O mercado também começou a precificar um possível aumento da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é de uma elevação de 0,25 ponto percentual, o que poderia incentivar o fluxo de capital para o exterior, elevando ainda mais o dólar.
A proposta orçamentária para 2025, que prevê aumento de arrecadação e cortes de despesas, gerou ceticismo entre investidores. As dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir essas metas elevaram a percepção de risco fiscal, impulsionando a procura pelo dólar como ativo de proteção.
O cenário global também influenciou a alta da moeda. A valorização do dólar no mercado internacional, somada à aversão ao risco por parte dos investidores globais, continuou pressionando a cotação no Brasil. Mesmo com as intervenções do BC, o ambiente externo adverso não deu trégua.
Em resumo, as intervenções do Banco Central evitaram uma escalada ainda maior do dólar, mas não foram suficientes para reverter sua alta. Um conjunto de fatores internos e externos, como o risco fiscal, a expectativa de alta dos juros e a volatilidade global, continuam pressionando a moeda americana.
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